domingo, 20 de março de 2011

Cada um com a sua história.

Ao abrirmos um livro, nosso maior e principal interesse é desvendar a história contada naquelas páginas. Quem realmente aprecia a literatura costuma pesquisar um pouco mais sobre aquele determinado livro e autor. Descobre-se sobre o contexto histórico em que tal história foi escrita e a biografia superficial dos autores. Nada mais, nada menos. É por isso que resolvi, no post de hoje, escrever sobre Curiosidades Literárias. Como amante da literatura brasileira e estudante curiosa de Letras achei que seria interessante compartilhar com todos os leitores do Safra um pouco mais sobre o que está por trás dos grandes e renomados escritores brasileiros e de suas obras-primas. Vocês saberão, por exemplo, qual grande poeta foi expulso do colégio onde estudava aos dezessete anos, que escritora levou um "bolo" de Fernando Pessoa e até mesmo que célebre escritor era filho de um padre.

Vamos ao que interessa. Boa leitura!

Nosso querido Machado de Assis teve uma infância sofrida pela pobreza e ainda era míope, gago e sofria de epilepsia. Enquanto escrevia Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machadinho foi acometido por uma de suas piores crises intestinais. Os médicos recomendaram três meses de descanso em Petrópolis. Sem poder ler nem redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina.



O escritor Graciliano Ramos era ateu convicto, mas tinha uma Bíblia na cabeceira da cama só para apreciar os ensinamentos e os elementos de retórica.

Aluísio de Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever seus romances, desenhar e pintar, sobre papelão, as personagens principais, mantendo-as em sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.

Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o professor de português. O poeta também imitava com perfeição a assinatura dos outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ningué notou.

A escritora Clarice Lispector era solitária e tinha crise de insônia. Ligava para os amigos e dizia coisas perturbadoras. Imprevisível, era comum ser convidada para jantar e ir embora antes de a comida ser servida.



Numa das viagens a Portugal, Cecília Meireles, escritora que fundou a primeira biblioteca infantil do Brasil, marcou um encontro com o poeta Fernando Pessoa no café A Brasileira, em Lisboa. Sentou-se ao meio-dia e esperou em vão até às duas horas da tarde. Decepcionada, voltou para o hotel, onde recebeu um livro autografado pelo autor lusitano. Junto com o exemplar, a explicação para o "furo": Fernando Pessoa tinha lido seu horóscopo pela manhã e concluído que não era um bom dia para o encontro.

Érico Veríssimo e seu irmão, Ênio, presenciaram um suícidio de uma mulher, que se atirou do alto de um edifício quando os dois conversavam na Praça da Alfândega, em Porto Alegre. O fato foi aproveitado por Érico no livro "O resto é silêncio", de 1943.

Mário de Andrade, considerado um desvairado, costumava trocar correspondências com Manuel Bandeira. Sobre Macunaíma, o autor disse: "Ele não tem lógica. É justo nisso que está a lógica de Macunaíma; em não ter lógica."
Mário também provocava ciúmes no antropólogo Lévi- Strauss porque era muito amigo da mulher dele, Dina. Só depois da morte de Mário o francês descobriu que se preocupava em vão, porque o escritor era homossexual.



A primeira imortal da literatura brasileira, Rachel de Queiroz escreveu seu primeiro romance, o "O Quinze", escondido da família. Era o ano de 1930 e a família não queria que ela fosse escritora. Um ano depois da publicação ganhou o Prêmio Fundação Graça Aranha, no Rio de Janeiro.

Outra curiosidade de Rachel de Queiroz é que ela frequentou a escola formal somente até os 15 anos de idade. Seus conhecimentos foram de leituras diárias de escritores russos e conversas com Graciliano Ramos, João Guimarães Rosa, Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge Amado.

O autor do livro "Triste Fim de Policarpo Quaresma", Lima Barreto, foi um escritor com um triste fim. Angustiado, preso ao álcool e á vida boêmia, foi internado no hospício nacional em 1914. Voltaria para o hospício em 1919.

Podemos citar também, curiosidades sobre o nosso "poetinha" Vinícius de Moraes. Ele tinha duas paixões: mulheres e uísque. Sempre apaixonado pelo novo amor, sempre colocava m prática os versos finais de um de seus mais famoso sonetos: "Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure." A cada show consumia copos e copos de uísque.




Oswald de Andrade casou-se quatro vezes. Entre suas mulheres, figuram a artista plástica Tarsila do Amaral e a escritora comunista Patrícia Galvão, a Pagú.

O escritor Guimarães Rosa, como diplomata, protegeu e facilitou a fuga de judeus perseguidos pelo Nazismo. Pelo feito, Guimarães e sua mulher foram homenageados em Israel, em abril de 1985. O nome do casal foi dado a um bosque que fica ao longo das encostas que dão acesso a Jerusalém.

Outro fato interessante que ocorreu com o autor de Vidas secas é que em 1963 foi eleito para a ABL (Academia Brasileira de Letras). Durante quatro anos ele adiou a posse, pois achava que iria morrer logo depois. Assumiu em 1967 e morreu três dias depois da posse.

Quando Nelson Rodrigues, o "anjo pornográfico" da dramaturgia brasileira, tinha quatro anos de idade, uma vizinha invadiu a casa dele e disse para sua mãe: "Todos os seus filhos podem frequentar a minha casa, menos o Nelson". A razão da proibição? Ela vira Nelson aos beijos com a filha dela, de apenas três anos, com ele sobre ela, numa atitude assim, assim... "Tarado!".




Gilberto Freyre nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar sequer uma televisão. Todas as obras foram escritas a bico-de-pena, como o mais extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.

Euclides da Cunha era Superintendente de Obras Públicas de São Paulo. Foi o engenheiro responsável pela construção de uma ponte em São José do Rio Pardo (SP). A obra demorou três anos para ficar pronta e, alguns meses depois de inaugurada, a ponte simplesmente ruiu. Ele não se deu por vencido e reconstruiu. Mas, por vida das dúvidas, abandonou a carreira de engenheiro.

O criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo, Monteiro Lobato, adorava café com farinha de milho, rapadura e içá torrado (a bolinha traseira da formiga tanajura), além de Biotônico Fontoura que, para ele, era licor. Monteiro Lobato também tinha mania de consertar tudo, mas para arrumar uma coisa, sempre quebrava outra.

O príncipe dos poetas, Olavo Bilac, dizia que os escritores da Academia Brasileira de Letras eram chamados de imortais "porque não tinha onde cair mortos". Agora todos têm o direito ao enterro no Mausoléu da ABL, no Rio de Janeiro.

José de Alencar, autor da obra Iracema, era filho do padre José Martiniano de Alencar. O escritor foi fruto de uma união ilegal do padre com a prima Ana Josefina de Alencar.


Ler essas curiosidades é uma forma de conhecermos ainda mais esses renomados autores que escreveram obras tão grandiosas. Parece que assim nos tornamos mais íntimos e suas palavras criam ainda mais significado. Espero que todos tenham gostado do tema dessa semana. Até a próxima, queridos leitores. Kuss!





segunda-feira, 14 de março de 2011

O Sul é meu País MUSICAL

Sou do sul, e como é nossa naturalidade, sou ufanista. No sentido musical essa característica se acentua um pouco mais. Não que eu não goste da música do resto do país (e do mundo), até mesmo porque não ouço músicas tradicionalistas. Mas quero falar hoje sobre bandas/artistas que admiro e que são do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, sejam independentes ou já consagradas no cenário nacional. Vejamos?

Reação em Cadeia: Decidi começar com as gaúchas, e escolhi Reação em Cadeia para abrir o post talvez porque seja a que conheço há mais tempo. Diretamente do Novo Hamburgo, eles já têm cinco discos gravados: Neural (2002), Resto (2004), Febre Confessional (2006), Nada Ópera? (2009) e Enfim Dezembro (2011). Com seu rock alternativo é difícil não se deixar envolver por essa banda, mesmo porque: Quem nunca cantarolou “Me Odeie”?
http://www.myspace.com/reacaoemcadeia


Cidadão Quem: De Porto Alegre vem esse rock delicioso, com letra e melodia envolvente que é capaz de prender a atenção muito rápido. Duca Leindecker, Luciano Leindecker, Claudio Mattos, Eduardo Bisogno, Fernando Peters encantam com canções como “Pinhal” e “O amanhã Colorido”.
http://www.myspace.com/cidadaoquem


Cachorro Grande: Também de Porto Alegre, a Cachorro Grande tem um som mais rock retrô, Beto Bruno com sua voz inconfundível e sua trupe cativam qualquer pessoa que se disponha a ouvi-los. Eles já tem cinco álbuns gravados: Cachorro Grande (2001), As Próximas Horas Serão Muito Boas (2004), Pista Livre (2005), Todos os Tempos (2007) e Cinema (2009) que está sendo trabalhado em turnê. Talvez minha favorita na lista, me arrepio quando ouço-os. Vale dar uma olhada no site oficial que tem um layout todo inspirado no último ábum (www.cachorrogrande.com.br).
http://www.myspace.com/cachorrogrande


Fresno: Também de Porto Alegre, a atual formação conta com Lucas Silveira (vocais e guitarra), Rodrigo Tavares (vocais e baixo), Vavo (guitarra e backing vocal) e Bell (bateria). A discografia conta com sete discos: O Acaso do Erro (2001), Quarto dos Livros (2003), O Rio, a Cidade, a Árvore (2004), Ciano (2006), MTV ao Vivo Cinco Bandas de Rock (2007), Redenção (2008) e Revanche (2010). Seu rock vem mais pesado em Revanche e mostra uma faceta que poucos conheciam da banda que já foi tachada como ‘emo’. A atual música de trabalho é “Eu sei” e tem um clipe mais colorido, mas que em nada prejudica a ‘pegada’ da Fresno, muito pelo contrário.
http://www.myspace.com/fresnorock



Bidê ou Balde: Adivinhem? É de Poro Alegre que vem mais essa banda MARAVILHOSA. O grupo é composto por Carlinhos Carneiro (vocal), Rodrigo Pilla (guitarra), Vivi Peçaibes (vocal/teclado) e Leandro Sá (guitarra). A banda não conta com baterista fixo desde a saída de Pedro Hahn, em 2005. Sandro Caveira ou Guilherme Netto (da banda Stratopumas) vêm tocando na banda. Conheci eles por meio de um amigo, e já me apaixonei logo de cara pela música “Melissa”.
http://www.myspace.com/bideoubalde


Pública: A banda é de Porto Alegre , mas foi radicada em São Paulo. A formação atual: Pedro Metz (Voz e guitarra rítmica), "Guri" Assis Brasil (Guitarra líder), Guilherme Almeida (Baixo), Alexandre "Papel" Loureiro (Bateria). Eles fazem um indie rock gostoso e, na minha opinião, a música que poderia definir o som é “Long Plays”.
http://www.myspace.com/publicarock


Tópaz: De Cachoeirinha/RS vem essa banda que conheço há relativamente pouco tempo, mas que já sou completamente apaixonada. Muito conhecidos aqui no Sul, agora os caras estão ganhando o reconhecimento do país. Cris (voz e guitarra), Fly (voz e baixo), Gigante (guitarra) e Toledo (bateria) são os responsáveis por “O Maior Idiota do Mundo”, “Notas de Rodapé” e “Só”. Me arrepio com o vídeo “III” onde é feita a introdução ao álbum “Terceiro”, me fascina.
http://www.myspace.com/bandatopaz


Doyoulike?: Também de Porto Alegre a Doyoulike? é formada por Érico (guitarra e vocal),Z (guitarra e vocal), Gulis (baixo) e Neko (bateria) e já tem três discos: Até Onde Meus Pés Agüentarem (2007), Uncano (2008) e Coleção (2010) que é o atual trabalho. “Não foi você” foi a primeira música que conheci e até hoje me pego cantarolando-a.
http://www.myspace.com/doyoulikerock


Ainda no cenário riograndense vale a pena conferir: TNT, Tequila Baby e Cascavelletes. Todas de rock retrô que chamam a atenção por sua sinceridade. Não as comentei detalhadamente porque meu post já está enorme, mimimi.

Soobway: Da capital de Santa Catarina, Florianópolis, vem esse quarteto muito alegre que cativa logo de primeira quem os ouve (sou prova disso!). Lindos, simpáticos e principalmente talentosos Dé Vianna (vocal), Rhamonzinho (guitarra), Rafa (bateria) e Kiko (baixo) fazem um pop rock ótimo, e conquistam seu próprio público com cada apresentação. Eu conheci na abertura de um outro show e me encantei, virei fã.
http://www.myspace.com/soobway


Dramaphones: Sou totalmente suspeita em indicar a Dramaphones, porque os adoro desde a primeira vez que os vi. O som lembra Strokes, rock com um porção de elementos encantadores. Mad (vocal, guitarra e piano), Rapha (guitarra e voz), Doug (baixo e voz) e JP (bateria) tem uma proposta diferente da maioria das bandas atuais, e ‘ganham terreno’ justamente por isso, final “o rock nunca acaba”.
http://www.myspace.com/dramaphones


Faichecleres: de Curitiba, a Faichecleres tem um objetivo: levar o bom e velho rock n’roll a todas as partes. É a banda mais indecente, imoral e sem-vergonha do cenário musical. Eu adoro, me divirto com as letras sempre um tanto ‘pervertidas’.
http://tramavirtual.uol.com.br/faichecleres


Flex Mais: Também de Curitiba a Flex Mais é formada (atualmente) por Rafaa (voz, guitarra), Leco (bateria), Tanaka (guitarra) e Alex (baixo). O som é eletrizante, eles o definem como “happy hardcore” enfim... As músicas são do tipo ‘chicletinho’ que ficam na sua cabeça.
http://www.myspace.com/flexmais




Enfim gente, espero que tenham gostado das bandas, são algumas das que lembrei que são do Sul e que ‘ahazaaam’. Se lembrarem de mais alguma, deixem aí nos comentários. Até a próxima!

Beijosmil :*