quarta-feira, 16 de maio de 2012

Será que a sorte vai se repetir?

Bom dia, lindos leitores do Safra! =)

Acordei ainda mais inspirada depois de ter assistido ao American Idol ontem, e o lindo do Phill Phillips ter permanecido no programa!
No ano passado, eu torcia fervorosamente pelo Scotty McCreery, que no final ganhou o programa!
Esse ano, o meu preferido (e de todas as mulheres que assistem ao programa) é o queridinho da Geórgia, Phillip Phillips. O moço, além de ser lindo e super cativante, tem uma voz sem igual. Os próprios jurados de peso do programa - Steven Tyler, J-Lo e Randy Jackson - não conseguem compará-lo a nenhum outro artista que já pisou em um palco, pois Phill tem o estilo de Phill e de ninguém mais!
O programa está na reta final, então vamos cruzar os nossos dedinhos e torcer para esse garoto lindo e talentoso, que já nasceu com nome de artista!

Ah, e claro: fiquem com dois vídeos de apresentações do Phillip no programa. O primeiro, é dele cantando U Got It Bad, do Usher; e o segundo, Fat Bottomed Girls, do Queen.
Deleitem-se ;)




quarta-feira, 9 de maio de 2012

Aula de Inglês - Rubem Braga


—  Is this an elephant?

Minha tendência imediata foi responder que não; mas a gente não deve se deixar levar pelo primeiro impulso. Um rápido olhar que lancei à professora bastou para ver que ela falava com seriedade, e tinha o ar de quem propõe um grave problema. Em vista disso, examinei com a maior atenção o objeto que ela me apresentava.
Não tinha nenhuma tromba visível, de onde uma pessoa leviana poderia concluir às pressas que não se tratava de um elefante. Mas se tirarmos a tromba a um elefante, nem por isso deixa ele de ser um elefante; mesmo que morra em conseqüência da brutal operação, continua a ser um elefante; continua, pois um elefante morto é, em princípio, tão elefante como qualquer outro. Refletindo nisso, lembrei-me de averiguar se aquilo tinha quatro patas, quatro grossas patas, como costumam ter os elefantes. Não tinha. Tampouco consegui descobrir o pequeno rabo que caracteriza o grande animal e que, às vezes, como já notei em um circo, ele costuma abanar com uma graça infantil.
Terminadas as minhas observações, voltei-me para a professora e disse convincentemente:
—  No, it's not!
Ela soltou um pequeno suspiro, satisfeita: a demora de minha resposta a havia deixado apreensiva. Imediatamente perguntou:
—  Is it a book?
Sorri da pergunta: tenho vivido uma parte de minha vida no meio de livros, conheço livros, lido com livros, sou capaz de distinguir um livro a primeira vista no meio de quaisquer outros objetos, sejam eles garrafas, tijolos ou cerejas maduras — sejam quais forem. Aquilo não era um livro, e mesmo supondo que houvesse livros encadernados em louça, aquilo não seria um deles: não parecia de modo algum um livro. Minha resposta demorou no máximo dois segundos:
—  No, it's not!
Tive o prazer de vê-la novamente satisfeita — mas só por alguns segundos. Aquela mulher era um desses espíritos insaciáveis que estão sempre a se propor questões, e se debruçam com uma curiosidade aflita sobre a natureza das coisas.
—  Is it a handkerchief?
Fiquei muito perturbado com essa pergunta. Para dizer a verdade, não sabia o que poderia ser um handkerchief; talvez fosse hipoteca... Não, hipoteca não. Por que haveria de ser hipoteca? Handkerchief! Era uma palavra sem a menor sombra de dúvida antipática; talvez fosse chefe de serviço ou relógio de pulso ou ainda, e muito provavelmente, enxaqueca. Fosse como fosse, respondi impávido:
—  No, it's not!
Minhas palavras soaram alto, com certa violência, pois me repugnava admitir que aquilo ou qualquer outra coisa nos meus arredores pudesse ser um handkerchief.
Ela então voltou a fazer uma pergunta. Desta vez, porém, a pergunta foi precedida de um certo olhar em que havia uma luz de malícia, uma espécie de insinuação, um longínquo toque de desafio. Sua voz era mais lenta que das outras vezes; não sou completamente ignorante em psicologia feminina, e antes dela abrir a boca eu já tinha a certeza de que se tratava de uma palavra decisiva.
—  Is it an ash-tray?
Uma grande alegria me inundou a alma. Em primeiro lugar porque eu sei o que é um ash-tray: um ash-tray é um cinzeiro. Em segundo lugar porque, fitando o objeto que ela me apresentava, notei uma extraordinária semelhança entre ele e um ash-tray.  Era um objeto de louça de forma oval, com cerca de 13 centímetros de comprimento.
As bordas eram da altura aproximada de um centímetro, e nelas havia reentrâncias curvas — duas ou três — na parte superior. Na depressão central, uma espécie de bacia delimitada por essas bordas, havia um pequeno pedaço de cigarro fumado (uma bagana) e, aqui e ali, cinzas esparsas, além de um palito de fósforos já riscado. Respondi:
—  Yes!
O que sucedeu então foi indescritível. A boa senhora teve o rosto completamente iluminado por onda de alegria; os olhos brilhavam — vitória! vitória! — e um largo sorriso desabrochou rapidamente nos lábios havia pouco franzidos pela meditação triste e inquieta.  Ergueu-se um pouco da cadeira e não se pôde impedir de estender o braço e me bater no ombro, ao mesmo tempo que exclamava, muito excitada:
—  Very well!  Very well!
Sou um homem de natural tímido, e ainda mais no lidar com mulheres. A efusão com que ela festejava minha vitória me perturbou; tive um susto, senti vergonha e muito orgulho.
Retirei-me imensamente satisfeito daquela primeira aula; andei na rua com passo firme e ao ver, na vitrine de uma loja,alguns belos cachimbos ingleses, tive mesmo a tentação de comprar um. Certamente teria entabulado uma longa conversação com o embaixador britânico, se o encontrasse naquele momento. Eu tiraria o cachimbo da boca e lhe diria:
--  It's not an ash-tray!
E ele na certa ficaria muito satisfeito por ver que eu sabia falar inglês, pois deve ser sempre agradável a um embaixador ver que sua língua natal começa a ser versada pelas pessoas de boa-fé do país junto a cujo governo é acreditado.



Maio, 1945

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pensa em mim, que eu tô pensando em você... ♫

O pensamento dela voava. Não tinha pouso certo, só queria saber de passear por entre as nuvens. Era livre.
Para ser sincera, livre livre não era, pois volta e meia pensava nele. Sim, nele, o dono dos olhos de jabuticaba. 
Era incontrolável, isso de pensar nele. Esse era seu primeiro pensamento pela manhã e até em sonhos via o dono dos lábios da cor do morango. 
Em pensamento podia sentir o cheiro dele, o toque, a respiração rápida e o coração acelerado, sempre parecendo que vai infartar. 
Ela podia ser possuída por outros corpos, mas seu pensamento sempre seria fiel a ele, dono dos cabelos de anjo.
Eles se amam, porém enrolam-se - em todos os sentidos. Juntos são uma pintura. Separados, uma tragédia.
Confusos no amor, mas cada um sabe bem o que quer.
Independentes da vida, dependentes do amor.
O que poucos entendem e todos julgam é que eles não conseguem ser fiéis às pessoas.
Somente um ao outro.
Apesar de todos os pesares...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

À procura do seu melhor - Lucas Silveira


Quando a gente não tem uma pequena almofada de veludo para acomodar nela todos os sentimentos que julgamos ser bons, o “melhor de nós”, aquele brinquedinho que é tão brilhante que a gente esconde de quase todo mundo, porque é bonito demais, a gente acaba levando tudo na mão, dentro de um saquinho de pano ou de um recipiente qualquer. O tempo passa e tu enches o saco de ficar segurando aquilo, quase se esquecendo do quão bonito é aquele brinquedinho, e chega até esquecê-lo de vez. Tu esquece porque tu não abres esse saquinho há tanto tempo que acabas por esquecer-se completamente do que há lá dentro. São muitas as distrações...

Tu começas a deixar ele no chão. Em qualquer canto, em qualquer lugar. Tu perdes, até que o encontras, sem querer, no meio das tuas roupas. Aí tu o perdes de novo. Tu esqueces que um dia teve esse brinquedinho, esqueces a serventia dele, Aí sim...

Aí que chega o ALGUÉM. Nada nesse mundo te faria acreditar que existiria alguém assim, tão... tão... bom. Tu vais ao cinema, ver um filme qualquer junto dessa pessoa, um Almodóvar da vida, que seja. Tudo se torna tão especial, fica tão cheio de significados que você se entusiasma. “Eu te daria o mundo, agora, se eu conseguisse”.
“Não precisa me dar o mundo, me dá qualquer coisa brilhante, um brinquedinho”.

Tu tateias os bolsos. Moedas, palhetas, notas fiscais, preservativos e cartões de visita. Tu perdesse o brinquedinho.

Não adianta procurar, também. Esse é o tipo de coisa que, quando a gente encontra, a gente não devolve. Não tem dono, não tem nada escrito. Faz parte do mundo e tem um pouco do melhor que há em cada um de nós. E brilha.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Extra #50


O verão já acabou, mas essa música não me abandona nunca! :*

quarta-feira, 4 de abril de 2012

"Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios"

Temos opções muito boas no cinema esse ano: Titanic 3D, Os Vingadores, Um método perigoso, American Pie: o reencontro, O corvo, Sete dias com Marilyn, entre outros.

Filmes para todos os gostos e desgostos!

Tem um filme em especial que eu quero ver: Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios.
O filme brasileiro, escrito por Marçal Aquino e que conta com um elenco de peso, se passa na região norte do país, mais especificadamente no Pará. 
Cauby, interpretado por Gustavo Machado, é um fotógrafo que sai de São Paulo e se depara com um espetacular cenário amazônico e com a bela Lavínia (Camila Pitanga). Ela é mulher do pastor da região, Ernani (Zécarlos Machado) e é nesse contexto que eles viverão um perigoso triângulo amoroso. O que Cauby não sabe é que em lugares como esse a honra ainda á lavada com sangue e que seu envolvimento com Lavínia fará sua vida mudar completamente. Ou pior: sair totalmente do seu controle. 

Na cidade de Blumenau, a estreia está prevista para o dia 20 de abril.
Eu não vou perder!
E você?
Já deixa aí a sua opinião sobre o cinema nacional! :)

Abraçoooos e um ótimo feriado!





quarta-feira, 28 de março de 2012

Nostalgia


Olá, pessoas! Nessa manhã fresquinha de outono, motivada por uma conversa que tive ontem com uma amiga, quero falar sobre algumas músicas que fizeram parte da minha (ou da nossa) adolescência. Naqueles dias em que ficávamos em frente à TV, assistindo à Malhação e reclamávamos porque tínhamos tarefas da escola pra fazer. AI, QUE SAUDADE!

Deixo então, vocês com essas músicas que, com toda a certeza, trarão muitas lembranças daquele tempinho tão gostoso!






Hahaha, espero que tenham gostado dos vídeos que escolhi!
E vocês? Também curtiam alguma música da sessão nostalgia?

Beijo, até a próxima!

segunda-feira, 26 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

"Eu queria trazer-te uns versos muito lindos colhidos no mais íntimo de mim..."

Comemoramos hoje o Dia da Poesia! 
Particularmente, eu considero uma data especial, pois podemos prestar nossa homenagem a esse gênero literário que consegue, através de seus versos, expor aquilo que temos de mais íntimo.
Essa data surgiu em homenagem ao nascimento do poeta do romantismo brasileiro Castro Alves, em 14 de março de 1847. Uma de suas obras mais conhecidas é "Os escravos", no qual há o seu famoso poema "Navio Negreiro". 


Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cum'lo de maldade
Nem são livres p'ra... morrer...
Prende-os a mesma corrente
- Férrea, lúgubre serpente -
Nas rôscas da escravidão
E assim roubados à morte,
Dança a lúgubre corte
Ao som do açoite... Irrisão!
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! Noite! Tempestades!
Rolai das imensidade!
Varrei os mares, tufão!

(Fragmento do poema "Navio Negreiro")

Há, porém, muito outros poetas e poetisas no nosso cenário nacional que possuem um enorme talento. Eu sou apaixonada pelo nosso poetinha Vinicius de Moraes, pelo senhor simpático que é Mário Quintana, nosso mestre Manuel Bandeira, a grande Cecília Meireles... e por aí vai!

Para fechar a homenagem a esse dia que simboliza uma das grandes artes que o ser humano pode produzir, deixo a vocês dois vídeos: o primeiro é o Soneto de Fidelidade, declamado pelo próprio autor, Vinicius de Moraes; o segundo é um poema em Libras, cujo nome é Mundos!
Deleitem-se!

PS.: o autor do verso que eu coloquei como título dessa postagem é Mário Quintana, que me encanta com seu poema "Eu queria trazer-te uns versos muito lindos"!

Até a próxima :*






quarta-feira, 7 de março de 2012

Fizeram acreditar


Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.



(John Lennon)

Mais uma vez, o John disse tudo! Boa semana *-*
Até logo, beijosmil!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

3 Fs

Posso não ser fã, mas não desvalorizo uma boa letra de rap! Tem um cara aí, o Projota, que manda muito bem quando o assunto é conteúdo. Não é dele, porém, e muito menos de rap que eu quero falar hoje. Na real, quero trazer pra vocês três palavras que fazem parte de muitas letras desse rapper: FOCO, FORÇA E FÉ!

Pequenas, porém fortes! Tripé que serve como base na vida de muita gente. Eu me incluo. 
Ninguém está livre de problemas, então todos precisam ter algo para se apoiar quando o dia de sol escurece. Essas três palavras podem servir como um mantra. 
Visualize o problema, foque na solução dele e em você depois de tudo resolvido; respire fundo e arranque a força que existe dentro de você, pois há muita, acredite; e tenha fé, porque sem ela não somos nada. Ceticismo não ganha batalha, então confie, seja no que for. Tenha fé, acima de tudo!

Deixo vocês hoje com essas poucas palavras. E, claro, um vídeo com a música "Plantar o bem", do Projota com participação do Rashid! =)

Até :*


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Coríntios 13:1-13

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." 
1 Coríntios 13:1-13

Essas palavras dizem tudo, definem tudo que está em falta pelo mundo. Boa semana!
Beijosmil :*

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pessoas habitadas

"Estava conversando com uma amiga, dia desses. Ela comentava sobre uma terceira, que eu não conhecia. Descreveu-a como sendo boa gente, esforçada, ótimo caráter. "Só tem um probleminha: não é habitada". Rimos. É uma expressão coloquial na França - habité - mas nunca tinha escutado por estas paragens e com este sentido. Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma parecida, também costuma dizer "aquela ali tem gente em casa" quando se refere a pessoas que fazem diferença. 

Uma pessoa pode ser altamente confiável, gentil, carinhosa, simpática, mas se não é habitada, rapidinho coloca  os outros pra dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demônio em Berna, onde morava na ocasião. A Suíça, de fato, é um país de contos de fada onde tudo funciona, onde todos são belos, onde a vida parece uma pintura, um rótulo de chocolate. Mas falta uma ebulição que a salve do marasmo.

Retornando ao assunto: pessoas habitadas são aquelas possuídas, de fato, por si mesmas, em diversas versões. Os habitados estão preenchidos de indagações, angústias, incertezas, mas não são menos felizes por causa disso. Não transformam suas "inadequações" em doença, mas em força e curiosidade. Não recuam diante de encruzilhadas, não se amedrontam com transgressões, não adotam as opiniões dos outros para facilitar o diálogo. São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos. Ao contrário, encantam pela verdade pessoal que defendem. Além disso, mantém com a solidão uma relação mais do que cordial.

Então são as criaturas mais incríveis do universo? Não necessariamente. Entre os habitados há de tudo, gente fenomenal e também assassinos, pervertidos e demais malucos que não merecem abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos, bastante interessantes. Interessam, mas assustam. Interessam, mas causam dano. Eu não gostaria de repartir a mesa de um restaurante com Hannibal Lecter, "The Cannibal", ainda que eu não tenha dúvida de que o personagem imortalizado por Anthony Hopkins renderiam um papo mais estimulante do que uma conversa com, sei lá, Britney Spears, que só tem gente em casa porque está grávida.

Que tenhamos a sorte de esbarrar com seres habitados e ao mesmo tempo inofensivos, cujo único mal que possam fazer é nos fascinar e nos manter acordados uma madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que é melhor ainda."


Essa crônica da escritora Martha Medeiros eu encontrei em uma coletânea que reunia alguns dos melhores textos escritos por cronistas brasileiros renomados. Isso faz uns 3 anos e desde então ela nunca saiu da minha cabeça. Considero uma crônica fabulosa e concordo com cada palavra.
Então, desejo que você consiga encontrar "seres habitados" em sua vida, todos os dias.

Abraço forte! =)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A nova visão dos Clássicos


Olá, leitores mais lindos do mundo. Como estão?
            Como estou imersa no assunto ‘Contos de Fadas’, devido a um trabalho da faculdade, hoje eu vim traçar um paralelo dessa literatura infantil com suas adaptações mais... adultas, para o cinema! Vamos ver, então, as versões contemporâneas (e por vezes alternativas) desses clássicos maravilhosos (nem todos são contos de fadas, ok? haha)!

“Os contos de fadas são estruturas ricas que nos ajudam a entender e criar nossos próprios mundos” (Catherine Hardwicke)

A garota da capa vermelha (Chapeuzinho vermelho)
            O filme de 2011 oferece uma nova visão da fábula dos irmãos Grimm. Na trama, uma jovem (Amanda Seyfried) que vive numa vila medieval aterrorizada por um lobisomem se apaixona por um órfão lenhador (Shiloh Fernandez), para desagrado de sua família e de seus demais pretendentes. Ainda não vi o filme, mas li o livro e ADOREI a trama mais obscura! O enredo tem um leve suspense e os personagens têm uma composição muito bem elaborada. O ponto-chave da história é: quem é o lobo? E isso só será revelado no fechamento da história, de uma forma surpreendente! Vale à pena!



Alice no país das maravilhas
            O filme estadunidense-britânico de 2010, dirigido por Tim Burton e baseado no clássico Alice no País das Maravilhas, escrito por Lewis Carroll. A trama se passa 13 anos após a história original, com Alice já com 19 anos. O filme tem no elenco Mia Wasikowska como Alice, Johnny Depp como o Chapeleiro Maluco, Helena Bonham Carter como a Rainha Vermelha e Anne Hathaway como a Rainha Branca. Mesmo sendo a versão alternativa, o filme dirigido por Tim Burton já conquistou todo mundo, né? Achei a adaptação fantástica, além de futurista, é claro! Quem ainda não viu, precisa ver!


Branca de neve e o caçador (Branca de Neve)
            Na trama, o caçador Eric (Chris Hemsworth) é contratado pela rainha má Ravenna (Charlize Theron) para encontrar a enteada dela, Branca de Neve (Kristen Stewart), mas, quando descobre que a rainha quer, na verdade, matar a donzela, ele a ajuda a escapar. Sam Claflin interpreta o príncipe e Liberty Ross e Noah Huntley fazem os pais de Branca de Neve. Os anões agora são oito, e têm nomes de imperado res romanos: Ian McShane (César), Eddie Izzard (Tibério), Bob Hoskins (Constantino), Toby Jones (Cláudio), Ray Winstone(Trajano), Eddie Marsan (Adriano), Steven Graham (Nero) e Nick Frost (Augusto). Evan Daugherty escreveu o roteiro, que está sendo dirigido por Rupert Sanders, egresso da publicidade. O filme estreia em 1º de junho de 2012. Gente, como ainda não estreou, eu não tenho certeza, mas minha intuição diz que essa nova versão será muito boa! O clima, que eu percebi pelo trailer, parece bem obscuro, eu amei!


A nova Cinderela (Cinderela)
            Sam Montgomery (Hilary Duff) é uma jovem estudante do ensino médio, que vive com sua madrasta Fiona (Jennifer Coolidge) e as filhas dela, que a tratam da pior maneira possível. Sam leva uma vida sem grandes agitações e tem planos de cursar a Universidade de Princeton. Sua vida muda quando ela conhece, através da internet, seu príncipe encantado. Porém logo Sam descobre que ele é na verdade Austin Ames (Chad Michael Murphy), um garoto popular que é também jogador de futebol americano do time de sua escola. Temendo ser rejeitada por Austin, ela passa a tentar despistá-lo de todas as formas, tentando manter em segredo a identidade da garota com quem ele conversou através da internet. Ta bom, essa comédia já é mais velhinha, mas eu ADORO essa versão da gata borralheira, me divirto muito com o enredo e acho a história linda! (também saiu o “Outro conto da nova Cinderela”, com a Selana Gómez, mas eu ainda não vi. Será que é bom?)


Gente, essas são as minhas adaptações preferidas dos contos de fadas. Espero que tenham curtido. E as de vocês, quais são?
Até a próxima, beijosmil!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Rabisque e guarde!

Meu pai possui um caderno de poemas que ele escreveu. Esse caderno já tem mais de 20 anos de existência e suas páginas já estão amareladas, porém eu o guardo como uma bela e preciosa lembrança de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Penso que o passado é como esse caderno. São lembranças que merecem ser respeitadas e guardadas, mas somente como recordações. Nada além disso.


Quando mexemos demais em páginas envelhecidas pelo tempo, corremos o risco delas rasgarem-se e por mais que tentemos colá-las, veremos que nunca serão como antes. E perceberemos que seria melhor se tivéssemos deixado tudo como estava: intacto. Mas aí será tarde demais.

Na minha estante pessoal, tenho alguns livros que não são velhos o suficiente para terem as páginas amareladas, nem novos o suficiente para terem  as páginas branquinhas, mas eles possuem o meu cheiro, os meus rabiscos, e neles estão ocultas as minhas verdades. Eles são o presente, que a cada última página que chego, tornam-se passado.


O melhor cheiro do mundo é o de um livro novo. Talvez porque ele nos traga novas expectativas. Esse é o futuro. Apostamos todas as fichas nele, na esperança eterna de sempre chegar algo novo, que faça nosso mundo girar e tudo mudar para melhor. 


Na vida, assim como acontece com os livros, temos que deixar na estante os antigos, aqueles que já lemos e relemos, que já tivemos a nossa chance de rabiscar. Temos que nos sintonizar com os lançamentos, descobrir novos autores, nos aventurar em páginas fresquinhas. E a cada novo livro que surgir em nossa estante, temos que rabiscar, tirar a essência de cada um, extrair novas ideias, a partir deles ter novas experiências, descobrir aquilo que ainda estava guardado, só esperando o momento certo de nos encontrar.

Um dos pontos mais importantes é nunca estagnar. Não podemos ter medo de sair às ruas, entrar em uma livraria e comprar um livro novo. Devemos sempre ter a necessidade de cheirar novas páginas. Precisamos saber a hora de fechar o livro e colocá-lo na estante, ao lado dos grandes clássicos, sejam eles estórias trágicas de amor ou comédias.

Mantenha organizada a sua estante: livros antigos em um lugar especial, bem arejado, para que você sempre possa vê-los, porém não mais tocá-los; os livros que estão sendo rabiscados agora devem  ir ao lado da cama, na mesa do escritório, dentro da bolsa, enfim, nos lugares que você sempre possa tê-los ao alcance e usufruir deles ao máximo; os novos ainda não sabemos como são. Não sabemos suas texturas, suas cores, seus cheiros. Mas de uma coisa sabemos: eles são uma nova chama de esperança. Uma nova expectativa. E independente de ser positiva ou negativa, nunca deixará de ser uma expectativa. E é disso que precisamos para viver.

A você, que lê minhas primeiras palavras do ano de 2012, eu desejo que consiga, todos os dias, manter sua estante organizada. E que se algum dia você cair na tentação de abrir as páginas amareladas de um livro, que seja somente para mostrar ao mundo a belíssima história que lá contém, mas jamais para rabisca-la novamente!

Um forte abraço! :)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Garotos não resistem aos seus mistérios

FELIZ ANO NOVO *-*

Hoje eu resolvi resgatar um texto que escrevi há um tempo atrás, mas que eu continuo gostando bastante! Espero que gostem.


"Inicialmente te chamou atenção pela aparência. O cabelo bagunçado, a roupa descolada, os piercings e tatuagens. Basicamente era apenas estilo.

            Então você reparou no sorriso, capaz de iluminar todos a sua volta. Nos olhos, que transmitiam uma paz inigualável. No jeito de dançar, parecendo uma criança.

            Quando finalmente se conheceram você viu muito além. Viu que o sorriso é puro, sincero. Que os olhos eram o resumo da alma, profundos porém muito claros para quem quisesse lê-los. E a dança era apenas a forma de extravasar as emoções, seu bom humor. Você ouviu as palavras doces e engraçadas ao mesmo tempo. Pôde partilhar um pouco do mundinho dele.

            Então ele se foi.

            Algum tempo depois ele reapareceu, com uma roupa diferente, um cabelo ajeitado, sem piercings e com as tatuagens cobertas. E mesmo assim, totalmente diferente ele ainda chamava a sua atenção. O impossível aconteceu: você foi contra seus gostos, por ele.

            Ele vem conversar.

            Diz que você não mudou nada. Será que ele perceberia se você tivesse mudado o cabelo, a maquiagem ou o perfume? Será que ele se importaria se você tivesse mudado? É fácil para você não dar importância às mudanças dele, porque os olhos são os mesmos. Aqueles olhos que você passou tanto tempo relembrando, a janela daquela alma que mudou tanto, mas que no fundo ainda é a mesma.

            Vocês conversam mais um pouco, olha! o sorriso ainda é o mesmo também, tão puro. Então ele começa a se mexer sem parar, parece estar desconfortável dentro daquela roupa, ou então é só o seu lado criança ainda lá. Ele está inquieto, você pergunta o porquê. A resposta te deixa sem fôlego.

            Ele mudou por você, para você. Achava que seu jeito a assustava, mal sabia que foi exatamente aquele jeito de crianção que te chamou a atenção.

            Você se prende ao pescoço dele, desarruma o cabelo e confessa que gosta dele do jeito que ele é, com a condição de ele sempre te fazer sorrir, como agora."

Espero que tenham gostado :}
Até a próxima, beijão :*