quarta-feira, 15 de junho de 2011

Estranhos? Nem tanto.

Cruzamos com as mais diferentes pessoas no nosso dia a dia. A partir do momento que colocamos o pé para fora de casa corremos o risco de esbarrarmos, em qualquer direção, com qualquer "ser" estranho.
Apesar de não sabermos seus nomes e endereços, elas surtem, de alguma forma, um efeito sobre nós.

Pare e pense um pouco nos caminhos que você percorre durante a semana na sua rotina. Trabalho, faculdade, bar, supermercado. Pense nos meios de transporte, como ônibus ou a sua caminhada diária. Now, comece a lembrar de todos que cruzam seu caminho durante as horas que você está na rua. São muitas, não é mesmo? 
E você nada sabe sobre elas. Isso é incrível. E agora pense nas situações que vou expor e veja que, com certeza, em uma você se encaixará.

Eu acho incrível você entrar na padaria do seu bairro, aquele bairro que você mora desde que se conhece por gente, e a atendente - que te viu nascer - diz: oi, como vai sua mãe? E já te entrega um pacote com a quantidade certa de pãezinhos sem você ao menos ter pedido. Vocês conversam um pouco sobre "os namorados" e você sai rindo daquele lugar como se tivesse ido à casa de sua avó. Ah, e ao chegar em casa você vê que a quantidade de pães está certa. 

Gosto muito também, eu que sou usuária do transporte público, de entrar no ônibus e saber quem são o motorista e o cobrador, pois são os mesmos desde sempre. O melhor é o dia que você está cansado de caminhar, mas não levou dinheiro para o ônibus. Simples: pegue uma carona. Se você nunca pegou carona num ônibus, me desculpe, mas não sabe o que é se sentir a tal, entrando e saindo pela porta da frente!

Uma experiência que vivo a pouco tempo mas que também se encaixa nesse assunto é o de ter o telefone do carrinho de cachorro-quente que fica em frente à Universidade. É o máximo ligar para lá, conversar com o Sr. Bibinha, encomendar três e simplesmente na hora do intervalo chegar lá, passar na frente de toda aquela gente na fila e pagar os três tradicionais: "boa noite. É um tradicional e dois  sem ervilha e vinagrete, certo?" Certíssimo! Sim, nós somos VIPs. Melhor, éramos. O Sr. Bibinha não vende mais por telefone. O que importa? A Thata tem uma ligação dele no telefone e isso não tem preço e vale ouro! 

Falando de Universidade, há aquelas pessoas também que conhecemos nos corredores e que sempre cumprimentamos, mas nunca sabemos seus nomes. No meu caso há uma garota que vende brigadeiros - deliciosos, aliás- e que já faz mais de um ano que eu compro dela e nunca soube quem ela é.

Um estranho gostoso de "conhecer" é o garçom do bar. Você senta e ele já vem com a melhor frase que se pode ouvir: o mesmo de sempre, colega? Cara, essa frase me leva ao céu, juro! 

Há um "tipo" de estranho, porém, que me chama muito a atenção. O estranho ou estranha que faz nossos olhos desviarem do que quer que seja para olhá-los. Sim, são os estranhos interessantíssimos que, com o tempo, transformam-se em nossas amores platônicos. Isso, claro, quando os vimos com frequência. Eu, por exemplo, tinha o meu amor platônico do ônibus durante todo o Ensino Médio. Ele ia para o colégio no mesmo horário que eu durante todos os dias. Era lindo com seus cabelos negros, sua pele branquinha, com sua cara de nerd escondida atrás dos seus óculos redondos. Durante todo o tempo final de escola eu via ele cinco vezes por semana, dez minutos por dia. E isso bastava para que eu suspirasse por ele durante o restante do dia. 

E existe também uma espécie de estranho que ganha todos os troféus. Aquele que cruzamos em algum lugar - os lugares favoritos são filas e bancos de ônibus - e ficam ao nosso lado conversando sobre toda sua vida. 
Concordo com você que diz que, a partir do momento que ele nos conta seu nome não é mais estranho, mas isso seria normal se você visse ele com frequência, convivesse com essa pessoa, mas não, será só um dia, por pouquíssimo tempo e nunca mais. Uma só chance para me conhecer, quem dá mais?


Percebeu a importância dessas pessoas em sua vida? Que graça teria sem o mistério do desconhecido? Sabendo tudo da vida de todos nada nos restaria para conversar,não haveria nenhuma magia nos encontros diários. 
São pessoas que nos fornecem o alimento, que nos auxiliam nesse negócio de ir e vir, que despertam a curiosidade em nós. Elas contribuem para o nosso desenvolvimento e nem nos damos conta.
Gosto, particularmente, de pessoas desconhecidas. Não gosto de conversar com elas, de puxar assunto, mas gosto da forma com que elas fazem minha imaginação e criatividade funcionarem. E gosto ainda mais quando elas me fazem sorrir. Na última semana eu estava no supermercado e o açougueiro era um cara muito engraçado. Eu estava em um dia ruim e pelo menos por alguns minutos ri verdadeiramente com um sujeito que nunca vi na vida.

Pense a respeito disso. Muitas vezes fugimos do desconhecido, sendo que ele mora ao lado e nos acompanha. Espero que a partir disso você comece a pensar diferente ao olhar as pessoas na rua e as pessoas que você convive por alguns minutos. Elas podem tem um papel importante na sua vida, podem fazer brotar um sorriso ou uma lágrima de emoção. Podem sim serem seus camaradas, pessoas que podem te ajudar em algum momento da sua vida. Não menospreze aquele que vem ao teu encontro e você nem sabe seu nome. Não se importe com essa convenção e deixe-se levar por essa magia que se chama mistério!





2 comentários:

  1. VERDADE, eu tenho uma ligação do Sr. Bibinha. Que emoção, cara *-*

    Eu também não sei o nome da moça do brigadeiro :x e também tem o menino que parece com o Dé Vianna que sempre cumprimenta a Gabi, mas como será o nome dele? E do senhor engraçado da Cantina lá de cima...

    Morri de rir, amei o post!
    Linda escolha, amo você <3

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  2. Ter uma ligação do Bibinha é a coisa mais top que pode acontecer a um universitário!

    Né, parei agora para pensar e realmente, quantas pessoas estão diariamente nas nossas vidas e não sabemos nem o nome. Que coisa :x

    Ótimo post, amigaaa!
    <3

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