terça-feira, 14 de setembro de 2010

Salvem o Machadinho!

Fui à livraria com o mesmo propósito que me leva lá todos esses anos: bisbilhotar as novidades literárias.
Isso mesmo. Não costumo comprar muitos livros (a biblioteca te empresta de graça!), mas sempre vou conferir os que acabaram de sair do forno e estão prontos para serem devorados.

Sou do tipo bem tradicionalista, isto é, gosto de Machado de Assis e José de Alencar. Mas, obviamente, leio autores contemporâneos, como Rubem Braga, Veríssimo, Millôr Fernandes e Martha Medeiros (que caso você não tenha reparado, são cronistas. Sim, crônicas são o meu vício literário!)
Enfim, surpreendi-me quando vi, nas estantes da livraria, um destaque especial para livros com histórias de vampiros e afins, e livros de ficção e auto-ajuda com autorias de, digamos, celebridades. Ok, claro que as pessoas famosas, como cantores e apresentadores, podem escrever seus livretos, mas cá entre nós: a capacidade literária deles é questionável.

A nova geração já nasce com um pé na tecnologia e com isso os livros são esquecidos.O incentivo à leitura é precário e as velhas folhas da Literatura são deixadas mofando nas prateleiras das bibliotecas. E eu me questiono: será que esses novos autores são capazes de ensinar às nossas crianças o prazer da leitura?
Fico arrepiada ao pensar que dentro da escola poderão circular somente livros como os da saga Crepúsculo ou do autor Paulo Coelho, ao invés de Iracema ou Dom Casmurro.

Nossas crianças podem ler essas novas tendências literárias (menos Paulo Coelho, please!), até porque toda forma de leitura é válida, mas não podemos deixar que a verdadeira Literatura brasileira seja esquecida. Quero ver futuros profissionais cientes da história da escrita e que saibam recitar ao menos um poema de Drummond. E, acima de tudo, quero que, ao perguntarem à eles sobre como imaginam o paraíso, respondam: imagino que o paraíso seja uma livraria!

Um comentário:

  1. Bueno, tbm gosto muito de Machadinho e Memórias Póstumas é inquestionavelmente, o melhor! No campo das novidades, acredito que ainda assim seja bom que as crianças leiam, mesmo que Crepúsculo (nada contra, pq eu adorei!), a deixar de ler!

    Não sei, mas achei esse teu texto bastante "Maicon Tenfen". Podes considerar um elogio: ele é ácido, mas muito bom no que faz! haha

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