quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Se faz bem, que mal tem?

O assunto das últimas aulas de Literatura Portuguesa foi o Trovadorismo, período marcado, principalmente, pelas cantigas de amor, de amigo, de escárnio e de maldizer. O que caracterizava as cantigas de amor, por exemplo, era o amor platônico que os trovadores alimentavam pelas belas damas da corte,  mulheres casadas e ricas, ou seja, impossíveis para os nossos humildes cantores de trovas. 
Ontem, no meio da aula, veio à minha mente a ideia de escrever sobre amor platônico. Fiquei entusiasmada, porque, sem nenhuma vergonha, eu confesso que vivi e vivo amores platônicos.

Segundo os especialistas (psicólogos, psiquiatras etc.), as pessoas que alimentam esse tipo de sentimento vivem em um mundo de fantasia e se esquecem de viver a realidade. Eles defendem que essa não é uma prática saudável. Para eles, é muito melhor viver esse amor por completo, e por mais incerteza que tivermos sobre a resposta da pessoa amada para com os nossos sentimentos devemos enfrentar e confessar todos os nosso mais íntimos desejos.

Dada a opinião deles, dou a minha.

Ganhar um abraço, um beijo estalado, uma palavra de carinho... Todos querem isso!
Um colo, um olhar reconfortante, um sorriso... Melhor ainda.
E se tudo isso vier não de um amigo, mas do (a) seu (sua) amado (a)?
Perfeito!, você deve ter pensado.

Perfeito mesmo seria não só querer, mas ter alguém que realmente te ofereça isso e muito mais.
Agora complicou!
Falo por mim e só por mim: eu não tenho, tenho medo de ter, porém eu quero muito olhar para o lado e ver que alguém caminha comigo e me faz sentir o amor.
E enquanto eu não supero isso vou vivendo meus amores platônicos.
Visualizo em uma pessoa o grande amor da minha vida e assim eu me conformo em viver um dia a mais.
Parece um pouco trágico, mas é isso mesmo.
Você nem sempre tem vontade de levantar da cama e enfrentar esse mundão lá fora, entretanto, se você tiver um amor em mente, tudo se ilumina e seu caminho se enche de flores.

Gostar de alguém faz bem para a mente. Funciona como uma porta alternativa que esconde um jardim sempre ensolarado e que você pode abrir sempre que todas as outras estiverem mostrando monstros assustadores.

"Amar" alguém sem essa pessoa saber é saudável, sim! Haveria um problema se não tivéssemos algo em que acreditar. E acreditar no amor é uma alternativa tão bonita e pura...
Hoje, pelo menos, eu acordo com uma ponta de esperança. Continuo um pouco rabugenta, mas consigo sentir um fio de calor que aquece meu coração e que me faz pensar duas vezes antes de destratar alguém.
Penso que mais vale um motivo falso para viver do que nenhum.

Eu nunca falo sobre isso com ninguém, porque é muito complicado virar do avesso e expor aquilo que guardamos com cuidado.

Para fechar meu pensamento e digamos, desabafo, cito minha frase favorita e a que resume tudo isso: "Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz - se não tiver, a gente inventa". É isso aí, Caio Fernando Abreu, a gente inventa...

Auf Wiedersehen! 

2 comentários:

  1. Lembrei da música "Platônico" do Fake Number com o seu post, amiga. (http://letras.terra.com.br/fake-number/1364652/)

    Sabe, eu já tive tantas paixões e amores platônicos que tirei o PhD no assunto, amei seu post, a forma como você falou de um assunto tão delicado.

    Boa sorte com os amores, que eles se revitalizem e aconteçam, te façam feliz!

    Amei, beijos :**

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  2. Sabe, entre um amor que não dá certo e um platônico, acho que estou preferindo o platônico!

    Que os teus amores se tornem novos a cada dia, e que tu encontre sempre a felicidade, seja neles ou onde for!

    Ótimas palavras! <3

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