quarta-feira, 6 de julho de 2011

Talvez eles nos entendam.

Todos nós já passamos por crises existenciais. Atire a primeira pedra quem nunca se perguntou: "Quem sou eu?" ou "Por que estou nesse mundo?", entre muitas questões similares.
Geralmente, tais crises ocorrem no período da adolescência, que é quando começamos a criar consciência da realidade que estamos inseridos e acabamos por questionar tudo. Muitos adultos, porém, ainda sofrem com isso. Em alguns momentos de nossa vida, quando nos deparamos com problemas tidos sem solução, produzimos esses tipos de pensamentos que ocasionam nessas perturbações mentais. Trabalho, faculdade, namorado (a), família, dinheiro... Todas as nossas responsabilidades quando adultos são motivos de dores de cabeça. Diante dessa situação, há quem procure um psicólogo ou um psiquiatra; há também quem recorra aos amigos mais íntimos, a um copo de uísque ou a uma sessão de filmes do Woody Allen que fazem a pessoa refletir durante dias. E há aqueles - e eu entro nesse rol também - que preferem os livros. A cada página, uma reflexão. Perfeito para quem gosta de ler. Particularmente, eu abomino os livros de autoajuda. Prefiro, com os olhos fechados, autores renomados (ou nem tanto) nessa área das fragilidades humanas. E não me venha falar de Paulo Coelho! Estou falando de autores como Caio Fernando Abreu, Martha Medeiros, Carlos Drummond de Andrade, Luis Fernando Veríssimo, Fernanda Mello, entre outros. Com suas crônicas e contos eles conseguem descrever com facilidade todos os conflitos internos do ser humano. Conseguem fazer isso com maestria, sem toda aquela melosidade, aquelas "Dez regras de como ser feliz". Não, nada disso!
Se me permitem, hoje quero mostrar um pouquinho do trabalho de três escritores.

Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.

Caio Fernando Abreu, por exemplo, é um gaúcho que consegue expor temas inerentes ao íntimo humano, como a morte, a angústia e a solidão, de uma forma única, pessoal, conforme sua visão da vida (que mais parece a visão de todos). Ao ler suas palavras, sinto que ele expõe minhas preocupações, os meus delírios, os meus sentimentos mais profundos. E fico aliviada ao perceber que não são somente meus, mas que eram dele e que são de todos.
Eu indico esse amante das palavras aos meus amigos, àqueles que querem, por um instante que seja, tentar não se sentir sozinho diante desse mistério chamado vida!

O vídeo abaixo é uma pequena homenagem do Grupo RBS para Caio que, infelizmente, faleceu no ano de 1996, vítima do vírus HIV, e deixou um enorme espaço vazio nesse mundo.



O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.

Caso perguntem minha opinião sobre se há leituras só para mulheres e leituras só para homens digo, com toda a certeza, que não. Quando a obra trata, então, de definir sobre o caos que reina dentro de nós, minha opinião fica ainda mais fortalecida. Independe de sexo, raça ou credo, todos sofremos do mesmo mal: falta de respostas para nossos dilemas existenciais. Então, quando nos deparamos com uma obra escrita com o objetivo de tentar ajudar a entender um pouco sobre isso, ela deve servir para todos, sem exceção. Um exemplo perfeito de escritora que consegue com seus livros atrair a atenção do público masculino e feminino e ajuda a esclarecer suas eternas dúvidas a respeito desses assuntos, é a também gaúcha Martha Medeiros. Já falei um pouco sobre ela no post "Um gênero com personalidade", mas agora quero falar dela com a autora de uma obra divina (entre tantas outras dela) que se chama "Divã". A história de Mercedes, além de fazer todos rirem e chorarem, faz com que reflitam a respeito da forma como levam suas vidas e sobre as questões que nunca saem das suas cabeças. Martha escreve sobre a realidade tal como ela é, sem adornos ou desfalques. Suas crônicas são perfeitas todos os dias, durante toda a nossa vida, pois elas são um tapa na cara de quem as lê, o chacoalhão necessário para acordarmos para a vida antes que ela se vá e a gente só consiga dizer: Goodbye!

Conheça melhor Martha Medeiros:



O que eu acho é que o mundo precisa de pessoas apaixonadas. Por elas mesmas.

Vivemos atualmente em uma era digital. Com um computador ao alcance das mãos conseguimos fazer milagres. E é nesse meio informatizado que surgiu o nome de uma escritora que está ganhando seu espaço aos poucos no cenário da literatura contemporânea. A mineira Fernanda Mello fala sobre seus assuntos pessoais e traz reflexões muito interessantes através de suas palavras. Ela tem um livro publicado - "Princesa de Rua" -, mas foi através de seu blog http://fernandacmello.blogspot.com/ que ela vem conquistando a atenção e o respeito dos leitores brasileiros. Falando principalmente sobre relacionamentos, Fernanda fez uso de um recurso moderníssimo para divulgar sua opinião a respeito do assunto: vídeos. As chamadas "crônicas digitais" são uma forma de todos terem acesso na hora que quiserem de uma palavra de conforto e compreensão. Eu aprovo e indico.

Confiram com seus próprios olhos e ouvidos o trabalho de Fernanda Mello:



São escritores que, sem caírem nas armadilhas da autoajuda, conseguem explanar todos os assuntos que fazem parte da vida do ser humano. E é preservando essa essência natural de manterem suas personalidades através de suas palavras que conseguem escrever magnificamente as frases com maior sentido, que produzem impactos fortes, que são capazes de emocionar, de fazer-nos sentir profundamente o sentido daquelas palavras. 

Eu leio, eu indico!

Um forte abraço a todos vocês! =)

2 comentários:

  1. Como já disse, é o melhor post que você já faz para o Safra, na minha humilde opinião de leitora!

    Todos já passamos por momentos de "quem sou eu?" e eu acho que esses autores são capazes de não só ajudar, mas dar as palavras certas que você procura. Eles sabem melhor da gente do que nós mesmos.

    Amei, amei e amei o post! Amo você <3

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  2. Acho incrível a capacidade desses escritores de nos compreenderem e terem sempre a palavra certa nos momentos que mais precisamos. São, sem sombra de dúvidas, os maiores e melhores no que fazem.

    Belas palavras, lindo post, ótima escolha!
    <3

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